segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Márcio César Teixeira Massignani - Poesias

SILÊNCIO
...”aos meus tempos de escura espera...”
O silêncio invade meu quarto,
A escuridão penetra meus olhos,
A solidão destrói meu corpo,
A agonia corrói o peito dos mortos.

São horas de desespero em vão,
É solitário o vil que morreu sem porque,
É invisível aos meus olhos tua paixão,
É impossível eu ainda ter você.

Sorriso triste me invade a alma inteira,
minha cripta esta escrita em sangue,
Rosa murcha, envelhecida, hoje foi embora...
Como é triste a lua que surge no céu.

É linda a névoa que cobre o mar,
O coração que minha alma abrange.

É triste a onda que nele surge,
É corrosivo o tempo de esperar ;
Sorrir ... sonhar..sofrer...desmaiar
Em pranto de escuro pensamento,
Vêm – me à lembrança, sem poder tocá-la !


SEM TÍTULO
O que fazes aí estrela solitária,
presa ao céu escuro, desorientada;
- Sou a última vela, última luz,
presa ao velório de Deus, a única acordada.

Mas tu és tão bela,
brilhas com tanta intensidade;
- É que o mar imenso me espera,
ao naufrágio de um amor, peço-te piedade.

Não se desculpe estrela errante ;
que haja uma saudade ainda presa,
tu aí , terás minha companhia estranha,
terás luz sobre minha escura mesa.

Se o mundo não te ama,
cabe ao desonrado poeta não amado,
uma última lágrima a desejar-te ;
um último beijo, que faça-o amaldiçoado!

Num suspiro morto e enterrado;
meus olhos já não podem ver-te;
diga a este que tu velas,
dá-lhe uma última lágrima! Contente!


NOITE DE SILENCIO
A noite é fria, calada,
Ruas desertas, nuvens negras,
Árvores feias, folhas secas
Venho uivando, rosa amaldiçoada ;

Minha triste vida foi arrancada ,
das minhas mãos, veias mortas...
A chuva alaga as feridas
podres da minh’alma abandonada.

Do coração a dor do amor,
A essência triste da dor,
deixa no ar o sussurro do silêncio,

O medo do tenebroso futuro,
que andamos rumo ao escuro,
e temo ainda meu coração sombrio !


INSANIDADE
Quando em noite de eternal doçura,
o poeta reclina o crânio ardente
num dormitar escuro e frio,
gemem as virgens do amor ausente.

O poeta que cansado da vida tristonha,
deixa no crepúsculo da vida o medo;
mas carrega no peito eternal vazio,
que nem o coração completa um peito amado.

Miserável que as noites sonha
tão alto quanto os céus;
dias e noites em busca de respostas;
- O que faço nesta terra meu Deus !?

Sou poeta, amo, desânimo é só o que sinto;
Meu coração sempre me deixa só;
Leve deste caixão o que resta;
- Não resta coração, nem amor, apenas pó !

foi tudo o que conquistei na vida,
transformar-me em nada, nem flor;
deixo para trás amores não vividos;
deixo a meu filho um’alma de dor.

Isto é ser poeta, nada mais !?
Isto é ser romântico, então é ser infame !?
A tudo que o poeta busca, solidão
É apenas o que encontra, morre a fome

Do pobre profeta, que se alimenta
do pranto na qual chora, se Cristo
morreu por nós nesta terra,
como o homem merece isso !?

Se o homem conquistou a liberdade,
se o julgam por maldade, morre altivo
o poeta que sobre a página feia que escreve
amores desiludidos, ainda do passado continua escravo !?

Diga-me alguma coisa santo Deus,
como pode a voz d’ uma mulher ferir-me a alma,
se o passado se apaga da memória,
quando chora o poeta, e diz que não a ama 1?

Agora sem rumo, sem crenças,
o poeta nesta terra já não pode viver ;
Então Deus se não pode me ouvir,
peço–te por orações, cubra meu caixão e deixa-me morrer.


HUMANO ORGULHO
Travado entre o dragão no humano orgulho
forma a complicação desse barulho ;
No célere caixão que ia, e nele, inclusas,
de aberratórias abstrações abstrusas !

Nesse caixão iam, talvez as musas,
as mais contraditórias e confusas ;
Mas o ramo fragílimo e venusto
há de crescer, há de tornar-se arbusto.

Quis compreender quebrando etéreis normas,
minha vida ignota e sofredora,
que por estes séculos passados, foi as formas
vermiculares do meu futuro que me assombrava.

Como meus olhos tentando apagar
da minha oriunda memória, vestígios
amargos da minh’alma imunda,
meus amores são perseguidos como fugitivos.

Palpando na treva escura minha consciência
perdida no cosmos do nada no universo ;
Esta mísera aberração da ciência
humana que não explica minha terrível dor !

O manto das nuvens que cobrem o céu,
cobre talvez meu corpo impuro ;
A lua que sobre o mar remete luz infortuna
há de fazer mal a minh’alma, ao meu pranto puro !

E neste futuro escuro e hediondo,
meu coração, há de apodrecer sozinho
no precipício fundo da minha subconsciência,
e a todos os idiotas ; e meu cérebro mesquinho.

E nesta noite, hei de calar meus gritos,
vou ao tântalo gemer o meu silêncio,
soltarei as correntes fortes que me prendem,
arrebentarei as grades do meu coração partido !


COMPAIXÃO PELA MINH’ ALMA
Meu sorriso é triste, como o vento
a noite no cemitério sombrio;
Minh’alma é depressiva, como o peito
ofegante de mãe...lágrimas e soluços, pelo filho morto.

A chuva cai em miúdas gotas como orvalho,
que no campo molha as plantas já secas ;
secas, assim, como o meu triste coração
que jaz dentro do peito, minhas mãos fracas,

palpam na treva tua face na escuridão.
O céu nevoente de negras nuvens infames ;
cortam os céus avermelhados da podridão,
que na minha mente impõem a maldita terra!

-Compaixão, compaixão! Oh! Deus salva-me
desta dor horrenda que meus nervos sentem ;
Desta vida que nem um sorrir me alegra-mata-me ;
-Mata-me, mata-me! Oh! Ser supremo do infinito.

Minh’alma é triste, como a andorinha no rio;
bebendo a última gota de água antes da morte;
Sinto-me já acabado, terminado, é tão frio ,
o cálice de fogo que foi minha mocidade.


NOITES DE LOUVOR
A noite desce dos céus,
cantando amores, aos eternos amantes;
Tão abençoados como o mar, os amores,
que nos templos do futuro morrem de saudades.

É outro mundo, além, as estrelas risonhas,
fazem-se de companhia à lua bela;
que ilumina as ondas dos ais do coração,
e embala a alma no cântico da donzela.

E por entre sonhos de infante,
chora e ri, como um poeta errante
faz de seus louvores e amores,
como faz a primavera com as flores.

E quando alta a noite no clarão,
sai cantando suas melodias de crianças ;
que no seio do amante, dorme sem temores,
com a mão no coração, e soltas as traças !


VISÕES DE MORTE
Minha morte é uma vaga visão,
uma nódoa sombria que surge nos sonhos meus,
Que me faz chorar e agonizar de saudade,
da vida morta que zombava da mocidade...

Hoje lágrimas de sangue me ardem os olhos,
como se fogo fosse, por toda a eternidade,
hei de sentir tanta dolorosa amargura ;
e, talvez, você seja minha última cura.

Amanhã restam-me da caveira o pó
que dentro da tumba o vento não levaria;
só para me ver sofrer mais nesta terra
onde habitam parasitas imundos...GUERRA !

-Silêncio, minh’alma vai volver ao nada,
pois quando voltar de sua jornada,
já não serei um poeta vigoroso
de faces róseas, serei apenas um invejoso,

daqueles que apodrecem no porão
qualquer de um cemitério imundo;
Serei somente cartilagem e pó,
um nada, um pobre poeta triste e só !

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Bianca dos Reis de Oliveira - Poesias

MAR

Sentada em um banco
Vendo balançar
Aquelas ondas tão lindas
Vindas à beira mar
Logo vi um navio a passar
Foi aí então que naveguei
Na imensidão de um belo Mar


VIDA

Vida Vida boa
Vida minha, vida sua
Doce vida , é a sua vida
Vida vivida, vida bela
Vida cheia de alegria
Vida é violão, como poesia e canção
Vida é só alegria, como palhaço e folia.

Manhosa Lobavirtual - Poesias

ABENÇOADA...

Preciso...tudo que preciso...
Ter meu coração com muito amor... nenhum espaço para ódios...
Não posso deixar asfixiar o resto de inocência que tenho no meu intimo....
Meu sorriso será sempre verdadeiro...
Qualquer pedra no meu caminho... será só alerta...

A musica que escuto...
Que alegra meus momentos...
Momentos que são meus... secretos... íntimos...
Me faz forte...

Preciso do calor do sol em minha vida...
Da magia da força da natureza...
Dos ventos...
Do silencio da noite...
Da beleza impar do amanhecer...

Cada dia para mim é um recomeço...
Minha alma dança entre os raios de luz...
A cada carinho...
Meu coração acelera... celebra... o encanto da amizade...

Mesmo em momentos de cansaço...
Nas horas silenciosas... da solidão...
As lembranças doces... mantém minha alma envolta em ternura...
Meu coração batendo forte... no ritmo certo...

O sentir que sou querida...
Uma ternura invisível me eleva...
Suave acalanto me acompanha...
Minha alma... dança solta ... leve...

Em meu pensamento...
Meus amores...
Minha jornada... por esta vida...
Me faz sentir... abençoada...
Abençoada...

MOMENTOS...

Nossa vida é marcada por momentos...
Talvez... neste instante não seja o meu melhor momento...
Estou com muitas saudades...
Saudades de momentos do meu passado...
São bons momentos... mas hoje machucam...

Sei que nestas horas... a realidade... é medo...
Incertezas... do amanhã...
Mesmo sabendo que tudo tem o seu tempo...
Tanto alegrias... como tristezas... vem e vão...
Tem momentos que tentamos nos esconder...
Mas...
Sei que hoje... muito mais do que ontem...
Preciso ter fé...
Cada dia mais difícil o recomeço...
Sempre novos obstáculos... maiores...
Menores é a minha força...
Se os venço... vem mais...
Viver... esta sendo um desafio...

Mas...
Sei que não posso desistir...
Tenho que ter força para encarar de frente as perdas...
Deixar rolar as lagrimas que aliviam a dor...
Levantar a cabeça... abrir caminho na escuridão...
Prosseguir na caminhada...
O tempo vai curando as feridas... cicatrizando...

Mas...
Pessoas especiais também vêm chegando...
Novos sonhos... novas lutas para realizá-los...
Sempre buscando alcançar a felicidade....
Momentos diferenciados... muitos sorrisos... alguns silêncios...
Silêncio para escutar o coração...

Ainda tenho vida...
Estradas a percorrer...
Semeando e colhendo...
Momentos especiais...


RECOMEÇAR... É VIDA...

Na conquista...
Todos os sentimentos atiçados...
Embarcar nos sonhos...
Viver os mistérios...
Delirar com as surpresas...
Buscar o todo... mesmo por caminhos incertos...
Voar muito alto... libertar a alma....
O coração batendo aceleradamente...

Amar.. fazendo o próprio caminho...
Sem medo... acreditando...
Se sentindo especial...
Sendo envolvida... acarinhada...
que as estrelas brilham em razão de...

Nesta loucura de se fazer querer...
O querer... o ser... o ter... se confundem...
Misturam-se os sentimentos...
As vibrações são banhos de energias...
Os sonhos alcançam... os limites do finito...

Se...
A meta é atingida...
A felicidade é indescritível...
Mas...
Se...
Valeu pelo carinho do envolvimento...
Pelo sabor da paixão...
Recomeçarei... enquanto tiver vida...

O LIMITE DA VIDA...

O silencio que me envolve...
Fere os meus tímpanos com seu barulho...
É na noite... que mais forte se faz sentir...
Sozinha em meu quarto...
Aumento o volume da TV...
Fico quietinha...
Quietinha...

Nesta hora que o vazio aumenta...
E quando só a solidão me abraça... me amassa...
Minha cabeça gira... explodindo milhões de flashes...
A TV já se desligou no tempo marcado...
Reviro na cama...
Abro os olhos na escuridão...
Tentando assim apagar as imagens...
Elas... são lindas... tem cor e som...
Isto que mais castiga meu coração...

Não sei o que fazer para aplacar esta dor...
Esta sensação de estar sendo roubada...
Lá se vai... mais um pedaço do meu coração...
Meu esteio...
A noite findou... o vazio continua...
O dia amanheceu com chuva e vento...
Feio... igual como me sinto... feia... por dentro e por fora...
A manhã passou... fico cada vez mais frustrada...
Nada fiz... a não ser repassar um punhado de e-mails...
Li todos... mas não senti os conteúdos...
Só marquei presença atrás do meu birô no escritório...
Esta falta de esperança... no depois...

Aqui continuo... apática... meio insana...
Um por um dos meus amores... partem...
Parece um conta gotas... gotinha por gotinha...
Se vão meus tesouros adquiridos...
Dose homeopática de solidão...
E me dizem que assim é a vida...

Sempre lutei forte...
Nunca dei a cara para bater...
Nunca soube perder...
Tenho que continuar... escrevendo a história... mas...
Aceito o duro fato que nada dura para sempre...
Sempre soube... a vida tem um limite...

(Perda de um amigo... mais de 30 anos...)


SERENAR...

Estou com muitas saudades....
Sinto uma angustia a apertar meu peito...
Estou ansiosa... com medo... solitária demais....

Deitada sozinha na cama larga...
Sonho...
Sons de violinos...
A lua com sua luz esbranquiçada...
Me banha... me envolve... me embriaga...

Meu relógio já se gastou na espera...
Caíram os ponteiros...
seu tic tac...
Silêncio...

Fechar... portas e janelas...
o som do mundo...
Serenar... serenar...

MULHER...

Por estradas tortuosas sigo a andar...
A névoa é densa... pouco vejo...
Vou em frente...
Sem perceber as barreiras... vencidas e a vencer...
Vencendo a densa névoa... por um tempo fugaz...
Um raio de luz ilumina o todo...
Vem só... para me mostrar as belezas...
Me fazer sentir que vale a pena continuar...
Acredito e sigo... mesmo com passos trôpegos...
Tenho que ter esperanças...
Preciso confiar...
Insana... pouca lucidez... carente...
Mas...
Viva... sedenta... Mulher...

DIVAGANDO... MEU VIVER...

Julgar a vida... fazer escolhas...
Procuro o encanto... a ternura...
mundo dividido...
Pouca clareza... traz tristezas...

Treinamentos permanentes...
Para a busca da felicidade...
Procura de sabores... temperos...
Molho agre doce...

Visitantes perdidos... sem rumo...
Sons agudos... ferem a sensibilidade...
Respiro... suspiro...
Minha alma te busca...

Arquiteto... tento o renascer...
Suave chama de vela...
Faço de conta que vou... mas sempre volto...
Revolta... plágio do movimento das ondas do mar...

Nova estação... pinceladas com mil cores...
Um bando de pássaros sobrevoa...
Seus gorjeios convidam a dançar...

Escuto sussurros... distantes...
É o sol se escondendo da lua...
Mais um dia... riscado no meu calendário...

O AMOR...

Este mágico sentimento...
Enquanto nos embala... nos abala...
Nos faz insanos... mas doces...
É o vinho que embriaga...
Prazeroso delirar...
Nos transporta para o paraíso...
joga nas chamas do inferno...
Faz de nossas roupas farrapos...
Mas...
Nos veste com o brilho das estrelas...

Ele nos envolve... com pura ternura...
Nos suga e nos hidrata...
É como fogo ao vento...
Transcende... na direção do eterno...
Nos questiona... nos derruba...
Mas... nos abraça... nos dá dengos...
Perdoa sempre... nos consagra...
Envolve em seu mistério... e em sua prece...

É a verdadeira razão da vida...

Zélia Maria De Nardi - Poesias

UM SENTIDO PARA A VIDA

Esse continuo soluçar
que passa de era em era
é o desvendar silencioso
e último abandono dos anos.
Palavras e mais palavras
não sucumbiram
à ação dos tempos
e correm o mundo
em sutis transformações.
As trevas contornam caminhos;
o fascínio dos dias gloriosos
mergulharam no passado.
Envolvidos pelo silêncio
Caminhamos, violando
a lei da existência humana.
E o sentido da vida?
Renasço agora!
- NO AMOR –
um sonho infinito
de arrebatamento e exaltação
elevam todo meu ser;
a consciência se torna vigorosa
a liberdade criativa,
a alma transborda de paz
em luminosa alegria


DEUS E A MULHER

.......... e Deus
fez a mulher
com as cores do amor,
a refletir encanto,
olhar doce e penetrante
ternura e paz.
Nas profundezas da alma
em momentos de elevação,
a intimidade é alcançada
no encontro com o Pai,
na busca da própria fonte.
Na mulher encontra-se
o milagre divino da criação,
semente de proteção e vida.
E, num instante de paz
tudo se transforma...
Surge uma nova criatura
ocupando um lugar no mundo
onde o Ser acontece.
Num ímpeto de feminilidade
ela carrega a história nas mãos
com um sorriso confiante
de fé e esperança.
Ajoelhada em seu silêncio,
nos momentos de revelação pessoal,
a mulher se revela
mistério na humanidade,
num apelo eterno,
e... de infinito.


PAZ INTERIOR

“Eu sou a mais feliz
em todo o mundo”
ao longo da estrada da vida.
Sonhos audazes,
palavras ditas ao vento,
por vezes povoam meu ser
procuro a renovação espiritual.
e, no silêncio de mim mesma
Nessa doce espera
coloco minha nostalgia
no altar da esperança,
nas lembranças do tempo,
desvendando mistérios secretos.
No espírito do mundo
há uma dimensão da sabedoria humana,
inquietações ocultas
que despertam minha sede de infinito.
Brotam da espiritualidade
a centelha Divina ,
com o eterno e o absoluto,
conferindo um sentido
à todas as relações humanas.
No meu ímpeto
de renovação e transcendência
transformo as crises
em desafio para o amadurecimento
e, na busca de novas experiências
meu ser tem sede
de equilíbrio e paz interior.


MEU CAMINHO

No caminho da vida
meu coração clama amor incessante
num perfume de felicidade.
A brisa ondula a noite
com olhos de vagalume
e , com sono silencioso,
sou uma caminhante do tempo
sem hora para voltar.
Nos caminhos do mundo
meu pisar é leve e suave
para não machucar
as folhas ondulantes do outono...
Em delírios sem fim
meus passos apressados procuram
a surpresa da descoberta
Nunca estou sozinha...
o amor é contagiante
envolvendo-me com um
abraço infinito,
e, num olhar com luz própria
ultrapasso meu próprio ser.
Subir além dos sonhos
onde o tempo perdeu a memória
e a esperança continua,
é a essência da vida.
Nesse momento a alma se revela
em sutil encantamento
num caminho de eternidade.

Solange Ayres Ferreira - Poesias

TUDO ERRADO


Fui ao encontro do medo
Deixei tudo passar
Por não falar...
Fizeste tudo errado !
Agora só o tempo
Para acertar...

Meu perfume se esvai,
Meu sol não brilha mais,
Meu filho se foi...
Mas o amor em mim,
Só aumentou !

Vou buscar tudo
Novamente , ainda
Com você.


TABUS

Me destes a oportunidade
De concluir
Que eu poderia ser feliz!
Romper as amarras,
Grilhões e tabus...
Assim fiz e
Me descobri, então, feliz.
Voltar ao estágio anterior?
Não...não há razões...
No hoje, pés no chão
Consciente !
Eu podia, sim,
Ser mulher e feliz,
Descobrí que podia
Quando te conhecí !


SENTIDO

Quando uma flor se abre,
Quando um dia nasce,
Quando uma criança sorri,
Quando a gente ama...

Encontra o perfume,
Agradece a noite,
Volta a sorrir,
Vive a verdade !



É MUITO SIMPLES

É muito canto,
Um canto belo,
Indiscutível...
Não existe solidão,
Só existe beleza...
Eu tenho o melhor
Do mundo...
O mar, na sua imensidão,
O verde a me envolver ...
Deslumbrante,
O céu, repleto de energia,
O sol me aquecendo,
E a paz desejada...
Por todos!


PROFANO

Sempre procurei
Um amor puro;
Só encontrei o roteiro,
A cópia...o profano!
Por vezes ...
Parecia até arte,
(com direito)
Culto,adoração!
Sofri ao descobrir
Que não tinha cor,
Que não tinha calor,
Que não tinha coração!
Chorei...
Perdi a pureza;
Agora encontrei a dor,
E com ela,
Conheci a vida;
Agora..?
É vida, é nova!

Márcia Regina C. Farias - Poesias

Um tempo parado

Um instante suspenso.
Imenso nada onde nada acontece.
Estremece a alma – cortina opaca,
e é tão fraca a luz que a aura emite
que permite a densidão de sombras: avançam
e lançam por tudo um palor tão estranho!
Tamanho é o momento, o instante parado,
que brado nenhum alcança a garganta.
Nada adianta qualquer atitude
que mude, altere, o que está definido,
tudo contido no impossível segundo
em que o mundo num todo cessou de pulsar.
Ficar tudo imóvel, em silêncio, vazio,
nem frio nem calor nem luz nem escuro,
- é puro exercício, é teste de/mente,
e somente por isso se tenta entender
o poder in/tangível que a tudo domina
e fascina o instante imóvel no ar.
Não pensar, não sofrer, não ser nada,
em fragmentada luz se dissolver.
Viver este instante em compasso bem lento,
(e ter do momento imprecisa noção)
é a visão mais correta, o jeito, o remédio:
no epicentro do tédio encontrar solução.

Sementeira

Tempo de semear, tempo de colher.
Se o semear não foi bem feito,
haverá jeito de re-semear?
Não foi dor que plantei, foi esperança
e em bonança quis colher amor.
Plantei espinhos. Não sabia que os plantava:
esperava rosas florirem meus caminhos.
Onde busquei uma semente inútil
que tornou fútil o que semeei?
Foi nociva semente em seara errada?
Ou foi plantada em terra improdutiva?
Se plantei certo, mas em tempo errado,
do semeado enganos colherei?
Brotou na claridade tal semeadura
ou foi em noite escura que medrou?
Certeza não há que a seara foi negante..
-Quem me garante que a semente era má?
O que colherei, se minhas sementes
deram tão diferentes do que plantei?
...
Embora imperfeita a forma de arar,
- é tempo de ceifar, tempo de colheita.


Canção outonal

O sol se derramando na grama
com jeito de descuido: pálida chama
ébria de luz. É calma a tarde de outono.
Um salgueiro se debruça em abandono
no lago, a água mansa refletindo a flama
brônzea do plátano quase nu. A alfama
dos pinheiros revelada em seu sono
verde, e o céu acima, muito azul. Dono
das cores e do mundo sou, o drama
da vida esquecido. Deito em cama
de folhas, corôo nuvens num trono
flocado. Agora sou rei a reinar
no espaço, palhaço a pensar na fama.

Ao meu redor, como num sortilégio,
o bosque emudece, silente. Sacrilégio
o mais leve sussurrar ! Uma luz vagabunda
envolve tudo. Leve fragrância inunda
o ar: cheira a pinho, à terra. O régio
aroma de flores, o acre odor de capim, o privilégio
de aspirar o outono é meu. Vejo a corcunda
de um monte ao longe, envolto em funda
névoa feiticeira – o monte é mágico. O tédio
não existe, apenas o prazer, o assédio
brincalhão de aves em revoada, que redunda
em outro silêncio, outra calma, outro pensar,
levando ao coração a paz profunda.

(...e a sombra do sol na água fria...)

Ode a uma rosa amarela

Era uma rosa amarela
luminosa em sua cor.
Reflexo do sol, a florse
debruçava no espelho
trêmulo de murmurante regato.
Junquilhos perfumados
inclinavam verdes caules
na vária grama orvalhada:
embriaguez de aromas.

Quando o dia se fez noite
a lua veio, brilhante,
envolvendo a rosa amarela
numa redoma de prata.
Um vagalume pirata
brincou com o sono dela
- brilho de luz e cristal.
O junquilho suspirou,
recolhendo seu perfume.
Banhou-se o campo de lua.

De mannhãzinha: crua brisa,
soprando em total ciúme
da rosa tão pura e bela,
suas pétalas agitou.
A flor se abriu em carícia
- pensando ser sopro de amor...
A brisa virou aragem,
vento forte, ventania,
sopro de morte na grama,
nos junquilhos, na roseira.

O terno caule da rosa
vergou, pendendo à mingua.
Na manhã escurecida
a língua fria da chuva
lambeu o talo ferido
daquela rosa amarela,
deslustrando sua cor.
Suspirou a flor inteira
e nessa morte se entregou.

...Mas se entregou por amor.

Luz no mar

Veleiro deslizando manso
no verde mar em que descanso
o coração. A noite aparece
na tarde que empalidece
ainda envolta em mil cores:
azul, e ouro, estertores
rosas, larga faixa amarela,
bronze, vermelho...É uma tela
o anoitecer. Desponta a lua
alta no marinho céu, toda nua,
despida dos véus de esgarçadas
nuvens, a esmo,no ar jogadas
- como se joga uma camisola
antes do amor. Sensual marola
eriça o mar e, preguiçosa,
vem lamber a areia, desejosa
de possuir a terra ainda quente.
O horizonte se tinge de repente
de gris e prata, e se confrange
- punhado de luz. A brisa tange
o veleiro: porto, abrigo, cais,
escunas nos litorais.


Eu sou assim

Eu sou assim:
enluarada
Entardecida
luz matinal.
Sou insensata
intimorata
e racional.
Irrevelada,
eu me desnudo
a quem me queira
compreender.
Dual e múltipla,
porto tristezas
trago incertezas
sendo verdade.
Pantera, gata,
macia fera,
contida, vária,
hereditária,
orquídea, cardo,
yang, yin,
todas eu sou
- e sou assim!


Poesias publicadas no seu livro “O inververso no espelho” – Ed. Metrópole , Porto Alegre,1ª Edição 1993

Wolve Wherter Crowley - Poesias

Minha reminiscência

Tu ! Submerges minha memória,
Afogadas em suas lembranças
No profundo das amarguranças
Meu oceano da pena tortuória

Dramante Nênia de suplicer,
Situação de alguém ausente
Amargurado reminiscente
Pois a dor, faz parte de meu ser

Ah ! Meu vazio, o meu ferimento,
Dor ? Sensação, à mim sentimento
Da lembrança triste que não sabes.

Os dias são meu moral tormento
São pedras, que somam sofrimento
Pesam ! Por de ti sentir saudades.


Meu vinho em silêncio

Cortada as madrugadas,
Nas admirações minhas,
As noites enluaradas.

Deitada nas nuvens prateadas,
Embaladas no sopro da escuridão,
O céu noturno e o clarão
Minhas “noites em claro”!

Buscando lembranças e sozinho,
Querendo amores e bebendo vinho,
Se está vazio! Logo encho,

Para beber mais uma taça
Do cigarro tragada a fumaça
Calem-se! Meu vinho em silêncio!


Atroz madrugada

Estamos ébrios ao dia que vem esperar,
Neste fim de noite que estamos a blasfemar,
Incógnitos e oriundos esperando o dia clarear,
Para assim amenizar as dores e dormitar.

Esperando a última estrela se apagar
Neste véu que as nuvens escondem o luar,
Cataléptica em seu leito a florar,
O cântico dos pássaros, dizendo, o sal vai despontar.

Em marcha fúnebre a noite se despede, como múrmura
Na podridão dos versos, ao sol nos resta esperar,
Só resta dormir com as saudades do seu luar
Que a lua não nos quer, nesta noite mostrar.

Noite se estingue sem seu pranto deixar
Até a última vela também se apagar,
Verificando em madrugada no seu calar,
O último gemido nesta noite? Amar!

Eu cálido a poetizar em noite sozinho a me deixar
Andar pela penumbra sem te enxergar,
Tristezas vocíferas de minha boca sangrar
Toda a amargura que me fez chorar.


Será o vinho este companheiro inseparável

Será o vinho este companheiro inseparável,
Que nesta noite nos busca na solidão,
E nos torna pensativos ao momento favorável
E além das luzes estaremos na escuridão.

Lembrai-vos, será este momento sacro
Que à nós cabe o último desabafo
E cantamos, nosso sofrimento devastado
Por toda eternidade nesse mundo escasso

Oh ! Minha suprema dor infinda
Que o vinho mergulha nesta letargia
É nossa mísera vida !
Nos resta beber,sofrer, esquecer esta agonia

Mas, será ele que na solidão nos consola,
Nesta noite onde nem o amor nos conforta
E na vida foi parasita de nossa aurora
A flor da mocidade que agora tu cortas

E por ele foi amante insaciável
Até nos momentos de lágrimas
Amar, sofrer, viver, o vinho companheiro inseparável
Que nas noites, amigo tu choras !

Bruno Araújo Tavares da Silva - Poesias

RODA DE CHIMARRÃO

Roda de chimarrão
Em volta daquele fogão
A chaleira chiando
Acompanhando o meu coração
Pois quando fico triste
Agarro o meu violão
E tocando uma canção
Pra bem falar

No final até me esqueço de chorar
Com meus olhos brilhando
A minha boca calada
Penso que coração é esse o meu...
Que a solidão não fez morada

Obs: escrito no 28º Encontro


SE ME AMAS MINHA PRENDA

Se me amas minha prenda
Proclama teu amor
Me fale sobre o calor
Que aquece seu coração
Mas já vou lhe dizendo
Odeio mentira, odeio traição
Só quero verdade
E uma chinoca que saiba
O que seja lealdade
Que na vida já tenha experiência
Que no coração não exista carência
Que seja trabalhadora
Sendo morena ou loira
Preconceito não existe
Se houver pobreza
A gente resiste
Na saúde na doença
Na riqueza e na pobreza
Sempre vou lhe amar.


ORGULHO DE UM GAÚCHO

O churrasco, o chimarrão
E um bom de um violão
Tocando um vanerão
Daqueles de arrastar poeira pelo chão
Não te lembra um belo de um gauchão
Com seu chapéu de couro
Que mais vale ouro
Pregado na testa
Que não falta a nenhuma
Festa de Rodeio
E quem é ele sem sua prenda
Com seu vestido de renda
Enfeitado com fita mimosa
Daquelas bem bonitas
Cor de rosa
Quem melhor para cuidar
Do orgulho do gaúcho
O gauchinho
Que mais parece um potrinho
Correndo por estes pastos
Do Rio Grande do Sul
Que dele só tenho uma coisa a dizer
Como é grande
O meu amor pelo Riogrande !


LUA

No céu a lua a brilhar
Rodeada de estrelas
Que parecem brincar
Como a lua é brilhante
Gosto mais da minguante
Existe a estrela cadente
E a estrela velha que cai do céu doente
No céu vejo uma constelação
Formando um coração
A lua a noite
Fazendo serão
De noite ela fica nos vigiando
Nos olhando lá de cima
E quando o sol chega
A lua vai embora
A gente acorda
No dia sensacional
E espera a noite
E a lua legal.


MAR

Estava no mar
A pescar
Respirando cheiro de areia molhada
No ar
Me sentei na areia
Prá ver se via sereia
Nessas ondas lindas
Às vezes maiores
Que os Bonecos de Olinda
Quando olhei no relógio
Já estava na hora
De eu ir embora
Me sentar numa cadeira
Ao lado da lareira
E sonhar com o mar
Respirar o céu, o ar
E nas suas ondas caindo
Neste mar tão lindo.


SOU GREMISTA

Mesmo que a bola não entre
Mesmo que o estádio se cale
Mesmo que o manto sagrado desbote
Serei gremista nesta longa jornada
Sempre caminhando com o Grêmio
Naquele estádio
Onde nossa história se define
Permanecerei sempre firme
Eu torço pro timão
É Grêmio na alma e no coração.

AMOR

Amor é o calor do coração
Que vem de geração
Sentimento inocente
No começo, carente
No meio traz harmonia
E muitas agonias
E bem pelo contrário
Tem muito otário
Que deste amor
Só se aproveitam
E tiram esta harmonia
Só deixam essa agonia
Mas quando o amor não existe
A gente nunca desiste
Por que só nós lutadores
E muito trabalhadores
Cada um tem suas qualidades
E com nossas amizadesSempre façamos o bem.

Ana Ieda Bastiani - Poesias

I

Ana e Mariana
Duas cores, dois amores
Uma o sol do meu viver
a outra a esperança no entardecer
Ambas enfeitam a minha vida
E aquecem a minha alma
Ana e Mariana


II

Jovem , encontrei o AMOR !
Forte, arrebatador, o AMOR PAIXÃO !
Estraçalhou-me e se foi...

Juntei os pedaços,
E um outro AMOR apareceu.
Seguro, tranqüilo,
Mas não menos forte.
Fortaleceu-me e ... partiu.

Flutuei ao sabor das ondas,
Até que num dançar
Novamente , o encontrei.

De mansinho, foi chegando,
No aconchego se instalando
Pelo afeto me dominando.

Até quando ?

III

Mariana , meu amor !
Cor e sabor
de jabuticaba.

Mariana menina,
bailarina,que dança ,balança as tranças,
minha esperança...

mariana que canta e encanta

mariana luz,que reluze me seduz.
Minha paixão !

IV

Ser mãe,
Quem me dera !
Tentativas,
Tratamentos,
longa espera ...
e a cada mês,
lágrimas...

A dor assimilei,
A saúde busqueie a Karina acolhi...

Foi o sol !
A retomada do rumo
A realização do sonho
A vitória do AMOR.

V

NÃO “Éramos Seis”
Éramos oito.
Mãe apaixonada,
Pai durão.

Crescemos à beira do Uruguaipra onde a pobrezanos arrastou...

Um a um subiu a ladeira
A fé ajudou
Obstáculos vencerame no topo chegaram.

Hoje, somos seis
A dor não nos poupou
No auge da vida,a Lia nos deixou.

A história da família resgatou,
Os amigos do passado reviu,
A saudade da terra sacioue embalado pelo carinho dos netoso Moacir também partiu.A caminhada continua ...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Sofia Pinto Duarte - Poesias

SEM TÍTULO

Eu fui no Dr. Marcelo
A minha filha passando mal
Marcelo disse que ela
Rolando, rolando
Bateu num pau.


O PESCADOR

Quando eu olhei para o por do sol
Eu encontrei um anzol
Quando percebi que estava na praia
Vi aquele pescador com chapéu de palha
Eu imaginei um castelo diamante
Eu fiquei contente, quando ele me beijou
Vi que o amor nasce de repente.
(poema musicado)


SOU PAZ, AMOR E FÉ

Sou paz, amor, fé
Sou mais de tudo que se faz
Eu sou fé
E no lugar de dinheiro
Há uma canção
Sou fé, amor e alegria no coração


Sem Título...


ÁRVORE FORTE
ÁRVORE FRACA
A NATUREZA É MUITO BELA

BELA QUE NEM A FLOR
BELA QUE NEM O MAR
BELA QUE NEM O AMOR

ARVORE COM FOLHAS VERDES
FAZ MENOS BAGUN ÇA
PARADINHA NO SEU CANTO...

QUE TEM NINHOS DE MONTE
AH!...ISSO EU GARANTO.


SEM TÍTULO...


Sementinha, sementinha
Onde é que se escondeu
Brincadeira esconde-esconde
Não tem graça digo eu

Sementinha, sementinha
Não vai nunca se esconder
E se não brincar comigo
Não vou ensinar a ler.


Sem título...


Todo dia a lua some
Toda a noite o sol vai embora
Quando saio todo dia
É que vejo a fruta amora
Tudo bem, não apodrece
Acontece, todo dia
temos sempre dor de barriga
Ou senão é a bexiga...


ARROIO DO SAL

Aqui onde eu moro
É tranqüilidade,
É vida
Meu maior sonho
Era ter uma praia querida

Aqui onde eu moro
Faz frio faz calor
Aqui é certo
Que é paz e amor

Aqui onde eu moro
Tem areia e tem o mar
Gosto de brincar
Cantar, passear
Aqui também posso sonhar

Aqui onde eu moro
É o melhor lugar
Porque aqui é onde ficaO meu lar.

Plácida Teresa de Oliveira Martins - Poesias

SAPATINHO DO BEBÊ

Sapatinho do bebê
Tão macio...tão pequenino
Sapatinho da esperança
Sapatinho do menino...

O menino vai crescendo
E o mundo se apresenta...
Por onde pisará?...
Quando seu pé for quarenta!
Pisará a grama verde?
Pisará a areia do mar?
Pisará a areia do asfalto?
Só Deus sabe onde andará!

Quando o tempo for passado
E não mais existir a criança...
Pés de adulto, homem casado
Sapatinho da lembrança!



ROSÁRIO DE ANDORINHAS

Olhando o rosário de andorinhas
Se preparando para partir
Uma, a uma, lado a lado
Batendo as asas para voar

Voam em busca de outras paragens
Que as alimente e aqueça o coração
Com elas vão muitos sonhos...
Que não se realizaram neste verão.

Lá vão elas batendo as asas
Parecem dizer: até breve
Voltaremos no próximo verão
Deixando sua imagem nos meus olhos
E saudade no meu coração.


CHORO DE CRIANÇA

Ouço choro de criança
Ouço alguém a resmungar
Coisa boa é ser criança
Abrir a boca a chorar

Hoje a vida nos ensina
Não mostrar os sentimentos
Pois o mundo os abomina
Não entende os sofrimentos

Criança chora dizendo
- desculpe se fiz tolice
E eu choro de saudade
Do choro da meninice !


MENINO DE RUA

Tu vives atirado
Sem fé, sem esperança
Pela sociedade renegado
Teu direito de criança

Cada vez que eu te vejo
Me chama atenção
Te dou um trocado
Para comprares um pão

É o sol que te esquenta,
Teu teto é a lua
Percalço da vida
Menino de rua.


O TEMPO

Tudo passa nesta vida
A dor, a alegria, a tristeza
A mágoa, a mocidade e a beleza
A dor, torne-a mais leve
A alegria, vive-a pois é breve
A tristeza procure não senti-la
A mágoa não a carregues contigo

A mocidade passa como uma quimera
Jamais a teremos, quem dera !
O tempo vai passando como um sonho
Ao acordarmos já estamos de partida
Aí compreendemos que é preciso
Viver cada momento desta vida !



CHUVA NA MADRUGADA

Ouço o barulho da chuva devagarinho
Batendo com calma na minha vidraça
Parece até uma mensagem de carinho
Que vem até mim e me enlaça

Na fria madrugada que eu passo
Talvez a chuva pouco se demora
Não sentirei então o seu abraço
Nem pensarei na vida como penso agora

Mas a chuva bate forte, forte
Na janela deste triste quarto meu
Suas lágrimas correm então em minha lembrança
Porque ela chora muito mais que eu.


PRESENTE DIVINO

Presente divino
É ver o mar, suas ondas beijando a areia
É admirar a lua espreaiando seu clarão
E contar as estrelas
Sem nunca saber quantas são
É ter a dedicação de um carinho
É sentir junto o bater de um coração.

Isabel Genta - Poesias

PRESENÇA NO VENTO

O vento, este mesmo
Que bate em meu rosto,
Desalinha teu cabelo
Num sei onde
Sopra carícias
Em meu corpo - parado
No instante da lembrança
De ti-braços abertos
Sorrindo solto,
Abraçando o céu - a mim
Rodando na alegria
Marcaste a areia
E todo o lugar - eu
Com tua presença no vento.


OS SÓS

Quantas solidões
Na solidão de um só!
Quantos sós
Em quadriláteros iguais
Pensam a sozinhar!

Pingos na janela
Gotas dos olhos
No rosto...que não olha,
Apenas fixa

Quantas solidões
Iguais,
Na desigualdade
Das situações,
Na vida.

No mesmo instante,
Anos luz...
Mesmo doer
Do nada esperar.

Atenção/tensão
Aos ruídos do mundo,
Que é toda
Companhia diversa...

Quantos sós
Cercados, em paredes,
Fazem companhia ...agora
Uns aos outros ?


LUAR DE PRAIA

É dia,
É noite..
É dia
Na noite,
É branco
Na onda..
É onda
Ao luar !



CADEADOS

A primeira claridade que bate
Na fresta, no olho
No vão da janela,
Diz do novo dia...aqui

Cores e movimento
Da brisa que sopra
Na onda que sobe
E se faz branca...lá

Meu olhar pula da cama,
Da janela prá cerca
E esbarra no portão...daqui

Na tranca, que tranca a corrente
Que prende o cadeado e...
Deixa a manhã no pátio...dentro.

AS PLANTAS DO PÁTIO

No pátio tudo tem nome.
Trazida de longe
Cada planta, cada muda,
Tem história de amizade.

Toda a estação refaz
O momento do plantio,
A lembrança dos cuidados,
A paciente espera,

De tanto plantar e plantar,
Aos poucos se fez jardim,
O árido que brotou flores.

Neste oásis as delícias,
Frutos maduros e boa sombra
Crianças subirão em árvores.


O ARCO-ÍRIS

Tão raro...sol e chuva,
“casamento de viúva”!..
De manto rendado
Em brancas ondas
No verde-mar...transparente
Que reluzindo,
Brilha adejando chuviscos!
Chuva e sol... tão raros,
“pode preparar o anzol”!
que o peixe vem pra olhar,
a beleza do arco-íris
no pote fundo do mar.
Quanta cor pra copiar
Da palheta Divina...
Que nunca repete
Nem cansa de recriar
Este mundo perfeito
Que teimamos acabar!
Nem viúvas, nem casamentos,
Nem peixes a pratear as ondas,
Nem verde-mar em azul de céu,
Ou mesmo, multicores pintar...
Apenas o homem sozinho, cinza
A pedir novamente o milagre
Que, então, de tão raro,Quase será esquecido! ... QUASE !


A SOMBRA I

Olhando a sombra de mim
Não me sinto tão so´...
Ela é diferente, é sombra só.
Mas se move , sem vida própria !
Só a sombra colada em mim,
Me acompanha, mesmo opostamente...
Mas é sombra de mim?
Ou eu em sombra ?
Ela s vezes me assombra,
Embora só sombra
Se gruda, se alonga, se encolhe ...
E se torna pedra , se torna o musgo
Se encosta em parede,
Penetra e repousa ...
Na árvore
Se funde à escuridão !
Me encontro na sombra , às vezes
Me olhando na luz.
Estranha me sinto nela ,
Maleável, indistinta !
Estamos atreladas ...
Ela e eu.
Jamais a preencho ,
Nem ela a mim...
Somos só ,Sombras de mim mesma .

A SOMBRA II

A sombra não se transforma,
A sombra se amolda,
Termina no meu começo...
De frente prá luz fica às costas,
De lado ... apenas um risco,
Um fio escuro que sou também eu !
Eu dou sentido à sombra , ou...
Ela dá forma a mim, que me vejo?
Vida, luz, sombra ...
Só na morte, escuridão,
Eu a deixarei sem forma
(solta de mim)
serei eu a perdê-la ? ...
ou ela a si, perdendo? ...
É então a sombra,
Ela a que morre !
Mesmo estando eu, enfim,
Diante da luz !!!

Poesia a várias mãos

DEVANEIOS

Quando busco, perco-me
Em todos os encantos teus
Eu me envolvo
Isso é paixão!
Paixão vai, amor maduro fica.
Se for verdadeiro,
Não se perderá no tempo...
Mas o tempo, que não pára,
Nos levará a loucura
Ou ao precipício da amargura...

Poesia escrita a várias mãos: Ana Ieda Bastiani,Sali B.Pererira,Maina Rangel,Sara Cristina Guimarães Pinto, Márcio César T. Massignani, Lucas Vargas de Melo , Isabel Genta, Sali B Pereira.
No 24º Encontro em 9.10.2008

VELEIRO

Um barco preso no cais
O mar em doce balanço...
Fico sonhando, a imaginar
Meu amor, meu veleiro
Onde vou te encontrar...
Nos braços das ondinas
Que te embalam,
E me encantam no mar?
No vento, encrespando as ondas ?
Tempestades e punhais...

Notas Biograficas

PLÁCIDA TERESA DE OLIVEIRA MARTINS
Nasceu em Santo Ângelo (RS), vivendo entre esta “grande terra missioneira” e Santa Rosa (RS), até os treze anos onde fez o Curso Primário e parte do Ginasial. Vindo para POA, cursou a Escola Normal Nossa Senhora da Glória formando-se Professora. No exercício do Magistério dedicou-se à alfabetização. Por trinta e seis anos morou em Gravataí (RS). Tem três filhos. Atualmente reside em Arroio do Sal. Desde cedo escreveu poesias e é reconhecida pelos amigos como “ eterna romântica”. É dela a frase: “ Ser poeta é fazer de uma lágrima um poema".

ISABEL GENTA
Nasceu e se criou em POA completando seus estudos superiores na área da Educação onde trabalhou por trinta e um anos como Especialista de Educação e Professora nas salas de aula do Ensino Superior e Médio no RS e no Estado de Goiás. Além das atividades técnicas de Planejamento, Coordenação e Direção de Escolas, no Ensino, dedicou-se à formação de Professores lecionando matérias pedagógicas e, sobretudo,Filosofia e Sociologia.

SOFIA PINTO DUARTE
Sofia nasceu em São Francisco de Paula, RS . Filha de Elton Luis Brito Duarte e Sara Cristina Guimarães veio muito pequena para Arroio do Sal onde reside. Atualmente cursa a 4ª série do Ensino Fundamental na Escola Municipal Araci Gomes Valim, com 9 anos de idade.Seu amor pela poesia nasceu bem cedo, Aprendeu as primeiras letras aos 3 anos de idade. Sofia escrevia nos desenhos que fazia, pequenos versos. Incentivada pelos irmãos e pela mãe, foi escrevendo mais e mais. Freqüentando a Biblioteca com sua mãe (à época Coordenadora de Cultura do Município) observava, de longe, os Encontros do Grupo do Poesia, Mate & Prosa. Aos poucos, notou-se seu interesse e sua timidez. Sara, apresentou ao Grupo sua poesia “Sementinha” (publicada em nossa Resenha I). A partir daí foi acolhida e integrou o Grupo sempre com novos poemas surpreendentes.Importante observar aqui que os “adultos” apenas revisam suas poesias e eventualmente fazem a pontuação.Desde a juventude dedicou-se à música e a escrever poesias. Aposentada, reside em Arroio do Sal, no Balneário Lagoa do Camboim.. Participa ativamente do motociclismo , pertencendo ao Moto Clube Tigres do Asfalto com sede em Curumim (RS) .

SALI B. MENGUE BORGES PEREIRA
Nasceu em Torres (RS), fez ali seus estudos até o grau Médio, passando a cursar História – Lic. Plena , em Araranguá (SC) É casada e tem dois lindos filhos. Mudou-se para Arroio do Sal em 2003 onde reside atualmente. Durante as temporadas de verão, trabalha junto à administração do Trieste Hotel. Sali é Coordenadora da Biblioteca Pública Municipal Dr. Clóvis Weber Rodrigues desde a sua fundação tendo participado, inclusive, da idealização e sua organização.É apreciadora de Poesia e da Leitura participando ativamente do Grupo como incentivadora, dando todo o apoio e proporcionando a ambientação ideal para o êxito dos Encontros. Colabora sempre acrescentando textos e poemas à nossa “Prosa”.

SOLANGE AYRES FERREIRA
Nasceu em Porto Alegre onde viveu por 40 anos... “ num dos bairros mais lindos da cidade”... , a Tristeza , frente ao rio Guaíba. Filha única , viveu junto a família tendo sempre a seu lado a mãe - hoje com 93 anos - que a acompanhou, há cinco anos, quando veio morar, em definitivo, no Arroio do Sal, no antigo balneário “Daniela”, atualmente Marambaia, na praia da Âncora. É mãe de três filhos homens. Formada em Psicologia , trabalhou quase 20 anos ...”na saudosa CRT...” e a partir de 1991, vem dedicando-se à hotelaria, atuando em várias redes de hotéis, o que lhe possibilitou..”conhecer lugares pitorescos de nosso país”.Atualmente gerencia o Hotel Ancora , exercendo também, a Coordenação da Cultura em Arroio do SalEscreve poesias desde a infância ...” mais ou menos com nove anos, ainda na terceira série Primária...” Entretanto, ...” foi no Poesia,Mate & Prosa que abriu seu “baú” ...e vem desenvolvendo mais seus dons poéticos.

MÁRCIO CÉSAR TEIXEIRA MASSIGNANI
Márcio é natural de Caxias do Sul, tendo nascido no Hospital Pompéia em 10 de Agosto de 1990, filho de Marli Fagundes Teixeira e Vanderlei José Massignani, separados em 1993. Neste mesmo ano nascia sua irmã. Na Escola não ia muito bem em Português. Concluiu o Ensino Médio na Esc. Est. Aristides Germani e o Fundamental na Esc. Mun Paulo Freire. Mas, foi na Esc. Est. de Ens. Méd. Cristóvão de Mendonça (onde iniciou o grau médio) que começou a escrever poesias, ...”por causa de um amor frustrado”..., descobrindo aí, seu talento, aos 15 anos de idade.Um ano mais tarde foi morar em Arroio do Sal- RS, onde conclui, em 2008 o 3º ano do grau médio na Esc. Est. José de Quadros. Em 2007 passou a fazer parte do Grupo do Poesia ,Mate e Prosa fazendo-se presente nos Saraus e Encontros semanais, sempre que o trabalho e o estudos permitem.É notívago por natureza, compondo seus poemas em longas caminhadas pelas madrugadas na praia, com amigos e companheiros de versos.

ANA IEDA BASTIANI
Natural de Uruguaiana, ali cursou e concluiu seus estudos em Letras, Licenciatura Plena. No exercício do Magistério Estadual , tanto no Ensino Médio como no Fundamental, enfatizou sempre a importância da leitura e incentivou a freqüência e a valorização da Biblioteca na formação da cidadania. Defensora do ensino democrático , abriu espaço à participação e à toda a manifestação escrita e oral .No Grupo é uma incentivadora e colaboradora incansável,.Apreciadora da poesia, acompanha e colabora em todas as atividades, trazendo grande riqueza de informações, comentários e leitura expressiva. Em palavras dela... “Como Professora, sinto-me comprometida a participar e aplaudir toda a atividade cultural que brota espontaneamente da sociedade”.

ZÉLIA MARIA DE NARDI
Nasceu em Flores da Cunha. É Advogada e tem Pós Graduação em Ciências Religiosas.Dedicou-se à música, cursando Piano. Integra o coral Santa Teresa da Catedral de Caxias do Sul, onde reside. È “trovadora literária” pertencendo a União Brasileira de Trovadores, secção Caxias do Sul (RS) e à Academia Caxiense de Letras, onde ocupa a Cadeira nº 40. No Arroio do Sal é veranista tradicional há muitos anos. Além das trovas literárias e poesias, se dedica entusiasticamente à arte em papel dos Origamis.Dona Zélia, como a chamamos, nos trouxe a técnica da criação poética a várias mãos que se tornou, entre nós, uma prática regular.

WOLVE WHERTER CROWLEY
É o pseudônimo de LUCAS VARGAS DE MELO, 20 anos, natural de Torres –RS ( quando Arroio do Sal ainda pertencia aquele município) considerando-se, após a emancipação, um arroiosalence. Cursou o Ensino Fundamental nas Escolas Municipais Raimundo Fernandes de Oliveira e João Afonso (já extinta). Logo cursou o Ensino Médio na Esc. Estadual José de Quadros, concluindo-o em 2005. Atualmente, tenta uma bolsa de estudos na Faculdade.
Começou a escrever poesia aos doze anos, identificando-se com ela. Aos quatorze, influenciado pela Cultura Gótica, passou a escrever, seguindo-a.
Atualmente reside no Arroio do Sal, no tradicional bairro de Estância do Meio e faz da leitura, da poesia e do desenho seu hobby e paixão integrando o Grupo do Poesia, Mate & Prosa neste ano de 2008 entusiástica e assiduamente .

MÁRCIA REGINA C. FARIAS
A escritora e poeta Márica regina Castro Farias nasceu em Porto Alegre - RS em 16.10.40. devido a seu espírito inquieto e aventureiro, morou em vários estados do país ora exercendo seu ofício de secretária executiva, ora gerenciando pousadas. Radicou-se em Arroio do Sal em 2000. Viajante inveterada, conhece mais de 40 países e quase todo o Brasil.
Ativista social, foi chefe escoteira por 25 anos, tendo obtido o grau máximo de adestramento escoteiro, a "Insígnia de Gillwell", registrado na Inglaterra. Por 10 anos foi voluntária do CVV - Centro de Valorização da Vida, e por três anos também do Parceiros Voluntários. É membro do Lions Clube de Arroio do Sal desde 2002.
Participou de várias entidades literárias e obteve diversas premiações na categoria Poesia. Atualmente faz parte do Poesia Mate e Prosa e mantém uma coluna no JAS - Jornal do Arroio do Sal.
Lançou seu primeiro livro "O Inverso no Espelho" - Poesia, em 1993. Pelo JAS editou em folhetim "O Excesso de Bagagem" (crônicas) e "A Alma de todas as coisas" (contos). Tem inéditos em poesia "Cortina de água" e "Estilhaços" e em prosa "O Planeta Verde" (infanto-juvenil) e "Contrapontos de Luz" (contos). Esta em vias de lançcar em abril de 2009, o livro histórico "Arroio do Sal: crônica de uma cidade", uma homenagem ao lugar que escolheu para viver.


MANHOSA LOBAVIRTUAL
Escrevinhadora desde sempre... maneira que sempre usei para acalmar o coração...
Um resumo da minha vida...
A muito se foi a infância... boa... simples... muito feliz... (13)
Uma adolescência... com todas as suas característica... sem traumas maiores... (17)
A mocidade... cumpri ‘todas as etapas’ da minha época... amei muito... apaixonada... casei... (19)
Homem maravilhoso... companheiro verdade... juntos sempre... trabalhamos muito...
Amadureci... cresci...
Filhos... (40)
Felicidade completa...
Viuvei... Lá se foi meu ombro amigo... meus braços... alguns sonhos não concretizados...
Muita dor... muita solidão... (60 e uns...)
Hoje... sou uma ‘Envelhecente’... e assim serei até o meu ultimo sorriso...
Como sou...
Sou uma Lobona com personalidade forte... mas... Carente... Grudenta... Manhosa... Ciumentinha... mas... Carinhosa... Amiga... Sincera... Pacienciosa... Confidente... Cúmplice... Tudo o que mais quero é eu me aceitem como sou... nesta minha fase de... Envelhecente... Apostem... Acreditem... não me pressionem... não me abafem... Me ame... Me ame... MuitoMuitomuito e me dêem muito carinho... MuitoMuitomuito...

BIANCA DOS REIS DE OLIVEIRA
Bianca nasceu em 14 de agosto de 1999, em Caxias do Sul.
Reside em Arroio do Sal desde 2002, no Balneário Camboim.
Adora brincar com sua cadelinha Bel e pesquisar no computador.
Em 2008 começou a participar dos Encontros semanais do Grupo e a escrever poesia.

Histórico do Grupo

A bela festa de inauguração da nossa Biblioteca Pública Municipal no dia 25 de abril de 2005, despertou o desejo de utilização daquele espaço tão acolhedor de maneira a estimular seus idealizadores a ampliar o projeto e dinamizar sua utilização. Este espaço de há muito era sonhado pela comunidade, que assim, passaria a dispor de excelentes condições para realizar diversos projetos, tendo um pólo permanente de fomento e irradiação da cultura em suas mais diversas manifestações. Dado o primeiro passo pelo Poder Executivo,caberia à comunidade dar-lhe dinamismo. Assim surgiu a idéia de encontros poéticos nos fins de tarde. Como decorrência da reunião das pessoas, somou-se o hábito do chimarrão companheiro do pôr-de-sol que, de mão em mão, entrelaça as vivências nos “causos”, em boa prosa. Daí ao nome, foi só juntar as palavras à idéia original e surgia o Grupo Poesia, Mate & Prosa! Os que chegassem, iriam dar forma, acrescentar seu jeito, expectativas que, partilhadas passariam a ser de todos.
Apresentamos, de imediato, a idéia ao Coordenador de Cultura que colocou a Biblioteca (sua infraestrutura e acervo) à disposição. Estavam criadas as condições para convidar as pessoas e começar!
A alegria e o entusiasmo que caracterizariam o Grupo estava no 1º Encontro realizado em 20 de maio de 2005 , data em que comemoramos nosso aniversário. À partir daí, as reuniões sempre abertas e informais, passaram a acontecer em todas as quintas-feiras, à partir das 16 até as 18 horas. Duas horas de puro prazer e encantamento traduzidos em versos lidos, declamados com o relato e análises dos participantes. Um Encontro que se traduz por um parêntesis nas tribulações e compromissos diários.
Os participantes têm em comum o gosto pela poesia e alguns desenvolveram ali, dons adormecidos e começaram a escrever ou voltaram a fazê-lo, mas muitos há que apreciam ouvir poemas e na descontração do momento, desenvolvem o gosto da leitura em voz alta.
Aos poucos, idéias foram surgindo e absorvidas como hábitos nos Encontros como a homenagem feita a um poeta nacional, a cada dois meses, em que aqueles que quizerem, fazem pesquisas (vida e obras) e as apresentam. Um Encontro especial é realizado em que somente aquele poeta é abordado.O resultado destas pesquisas e os poemas trazidos,são arquivados e colocados à disposição da comunidade, na Biblioteca. A criação dos Boletins, idéia de Justiniano Antônio da Silva Sobrinho, como uma forma de divulgação e registro de nossas atividades e incentivo ao gosto pela poesia.
Zélia Maria De Nardi nos ensinou a escrever poemas à várias mãos, uma prática que envolve todos os presentes.
O Grupo, aos poucos, foi se integrando com outros grupos do litoral, criou seu E-mail
(poesiamateprosa@gmail.com) e passou a participar de vários eventos culturais, dentro e fora do município. Plácida Teresa Martins e Isabel Genta integram três Antologias lançadas na 53ª Feira do Livro, Editora Alcance, no Congresso em Bento Gonçalves e na Bienal do Rio de Janeiro 2007.
O Poesia, Mate & Prosa é assim, simples, aberto, informal e já completou três anos!
Queremos poetar com você neste blog. Seja Bem-Vindo!